quinta-feira, 19 de abril de 2007

Vikings e Povos Germânicos

Os Vikings

A partir do século VIII, se estendendo até os séculos XI e XII, a Europa viu o surgimento e domínio de um povo vindo do Norte, os Vikings. Os primeiros relatos que existem desses homens são através dos povos cristãos da Europa, os Vikings eram então vistos como flagelos resultantes de presságios de dragões e outros sinais, como relatado no Anglo-Saxon Chronicle (Crônica Anglo-Saxônica). A palavra Viking, genericamente dado aos povos escandinavos, os nórdicos, e que na verdade era como esses povos chamavam seus guerreiros marítimos, mas essa denominação vulgarizou, e mesmo entre os acadêmicos é usada para designar este povo de uma forma geral.
Sobre os Vikings, é necessário esclarecer que não se tratavam somente de meros piratas bárbaros e impiedosos, como o leitor pode, a princípio, visualizá-los. E eles nunca usaram capacetes com chifres, pelo menos para guerrear, como é visto nas artes figurativas contemporâneas, talvez os Goðs ("chefes") ou sacerdotes usassem em rituais religiosos tais ornamentos, mas nem isso foi comprovado pela arqueologia. É óbvio que a pirataria foi parte integrante de suas ações nos mares europeus por três séculos, mas suas qualidades comerciais, seu ímpeto colonizador e o legado deixado por eles, não devem ser de modo algum posto em segundo plano.
As proezas dos Vikings eram de grandiosa escala. Eles abrangeram toda a Europa. No leste estes homens do Norte desceram os grande rios da Rússia em direção ao Cáspio e ao mar Negro. No oeste, navegaram ao longo das costas atlânticas, passaram pela Espanha árabe através do estreito de Gibraltar, e foram tão longe de modo a alcançar o Mediterrâneo. Isso não foi tudo; atravessaram o selvagem e desconhecido Atlântico até alcançarem Feroé, Islândia, Groenlândia e também a América. A direção de cada uma das áreas de terras escandinavas correspondentes, ou melhor, determina a esfera de influência que seus Vikings dominavam (vide rotas no mapa: em branco os noruegueses, em vermelho os suecos e em amarelo os dinamarqueses).

É preciso examinar os séculos de história precedentes à era Viking. As terras do último Império Romano, ou România, como era chamado no século IV, formavam uma unidade que cercava o Mediterrâneo não dividia países, mas os unia, e formavam a rota ao “longo da qual navegavam a religião, a filosofia e o comércio”. Os cultos do antigo Egito e do Oriente estenderam-se sobre ele, a adoração dos Mitos, do cristianismo, e, mais tarde, do monasticismo.

Os Germanos

Dirigindo nossos olhos para os povos que viviam nas fronteiras do Império Romano, as tribos germânicas não escandinavas, e que por isso sabe-se um pouco mais de seu passado distante, diferentemente dos povos nórdicos, com os quais os romanos não tiveram contato.
As primeiras fontes de informação relevantes sobre os antigos povos germânicos podem ser encontradas em dois textos romanos principais: Bellum Germanicum (As Guerras Germânicas) atribuído a Julius Cæsar (100 – 44 a.C.) e Germania (A Germânia) do historiador Tacitus (55 – 120 d.C.). esses textos nos legaram valiosas informações concernentes ao modo de vida, às artes, à guerra e, inclusive, aos valores religiosos daqueles que habitavam desde o extremo norte da Europa continental (exceto a Escandinávia) até os limites setentrionais do Império Romano, à margem sul do Danúbio.
A considerável falta de contato com outras culturas manteve incólumes as características religiosas desses povos por séculos, as quais, somente no século V, quando da migração bárbara e da queda de Roma, tornaram-se razoavelmente conhecidas no resto do continente. Nessa época, a cultura do sul da Europa era insuperável e a fragilidade dos valores germânicos impediu que estes lá se introduzissem; ocorreu, entretanto, uma absorção dos valores greco-romanos por parte dos invasores bárbaros.
Anteriormente, por volta do século II, surgiram os primeiros vestígios da criação de um alfabeto germânico próprio, conhecido como alfabeto rúnico fuþark. Acreditava-se que as inscrições rúnicas possuíam como objetivo transmitir informações básicas, como epitáfios ou títulos de propriedade, e não narrativas históricas de maior complexidade ou valor literário. Mas a maioria das recentes pesquisas runológicas apontam várias runestones portando desde poemas skáldicos, trechos mitológicos, sagas heróicas, e até eventos históricos.
Mas de qualquer forma, a antiga religião politeísta dos germanos teve que difundir-se oralmente, atingindo em certa medida o norte distante desenvolvendo-se paralelamente de modo particular, por isso não é raro observarmos um deus nórdico ser cultuado em uma determinada região e entre os germanos, ser-lhe atribuída uma importância secundária (como por exemplo o caso dos deuses Loki e Njörðr (Niord), muito conhecidos na Escandinávia, mas não entre as outras tribos germânicas).

Os Indo-Europeus

Os escandinavos fazem parte de um vasto conjunto de povos designados com o nome convencional de indo-europeus. Estes, ao que parece, se localizavam, desde o quarto milênio (a.C.), ao norte do Mar Negro, entre os Cárpatos e o Cáucaso, sem jamais, todavia, terem formado uma unidade sólida, uma raça, um império organizado e nem mesmo uma civilização material comum. Talvez tenha existido, isto sim, uma certa unidade lingüística e uma unidade religiosa. Pois bem, essa frágil unidade, mal alicerçada num “aglomerado de povos”, rompeu-se, lá pelo terceiro milênio (a.C.), iniciou-se, então, uma série de migrações, que fragmentou os indo-europeus em vários grupos lingüísticos, tomando uns a direção da Ásia (armênio, indo-iraniano, tocariano, hitita), permanecendo os demais na Europa (balto, eslavo, albanês, celta, itálico, grego, germânico).

A partir dessa dispersão, cada grupo evoluiu independentemente e, como se tratavam de povos nômades, os movimentos migratórios se fizeram no tempo e no espaço, durante séculos e até milênios, não só em relação aos diversos “grupos” entre si, mas também dentro de um mesmo “grupo”. Assim, se as primeiras migrações indo-européias (indo-iranianos, hititas, itálicos, gregos) estão séculos distantes das últimas (baltos, eslavos, germânicos...), dentro de um mesmo grupo as migrações se fizeram por etapas. Desse modo o grupo itálico, quando atingiu a atual Itália, já estava fragmentado, “dialetado”, em latinos, oscos e umbros, distantes séculos uns dos outros, em relação a chegada em seu habitat comum.
Assim os ancestrais dos Vikings fazem parte do grupo dos germânicos, que estão entre os últimos a chegarem em seus habitats no centro da Europa, atingindo o atual território da Alemanha em c.1000 a.C., depois que ali já estivera os celtas, outro grupo de indo-europeus que no entanto estão entre os primeiros a migrarem para estas regiões. Dessa região alguns migraram para o Norte, estes são os escandinavos, um sub-grupo dos germânicos.

Os Megalíticos

Existem evidencias do Homo-Sapiens (Neanderthal) no continente europeu através de escavações feitas principalmente na França, Alemanha e Espanha datadas do período Paleolítico (1.000.000 -175.000 anos antes do presente) onde foram encontrados alguns fósseis. Há 35.000 anos antes do presente, outro grupo mais evoluído de Homo-Sapiens, os chamados homens de Cro-Magnon, chegam à Europa, vindos do Oriente Médio, e suplantaram os homens de Neanderthal. Os Cro-Magnon eram autênticos homens modernos de aparência idêntica aos europeus de hoje.
Depois do quarto período glacial no Mesolítico (10.000 - 8.000 a.C.), começa a sedentarização do homem pré-histórico, que é concluída no Neolítico (8.000 - 5.000 a.C.), os primeiros aglomerados humanos com mais de 5.000 habitantes surgem neste período na parte meridional da Europa, nas margens do Mar Mediterrâneo, são estas, talvez, os embriões das primeiras cidades.
Aqueles que habitaram a porção central e norte do continente europeu, e que são acentrais dos povos germânicos, entre outros, deixaram suas marcas através de seus "túmulos", os megalíticos, monumentos de pedra encontrados em grande número nessas regiões de forma mais ou menos proporcional geograficamente. O famoso monumento Stonehenge localizado na Inglaterra, e por muito tempo atribuída aos celtas, e supostamente usado nos rituais dos druidas, na verdade é um monumento megalítico, ou seja, suas origens são muito mais remotas que as migrações dos indo-europeus.
Essa pedras pesavam mais de três toneladas, fato que requeria o trabalho de muitos homens e o conhecimento da alavanca. Os megalíticos podem ser classificados de: dólmens, galerias cobertas que possibilitavam o acesso a uma tumba; menires, que são grandes pedras cravadas no chão de forma vertical; e os cromlech, que são menires e dólmens organizados em círculo, sendo o mais famoso o já mencionado Stonehenge, na Inglaterra. Também encontramos importantes monumentos megalíticos na Ilha de Malta e Carnac na Bretanha (França).

Fonte: http://valholl.hostmach.com.br/vikings_historia.htm


Postado por Alessandro Basso

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